Ter um animalzinho com condições especiais em casa pode causar um grande choque no início. A falta de divulgação, informações e orientações sobre o tema faz com que muitas pessoas não compreendam o verdadeiro sentido de ter um cãodeirante.
Para um tutor de pet especial é muito comum ouvir coisas como: “mas ele está sofrendo”, “coitadinho”. A resposta para esses comentários uma só: NÃO. Ele não está sofrendo e não é um coitadinho, pelo contrário. Os cachorrinhos paraplégicos podem levar uma vida mais do que normal, recheada de brincadeiras, saúde, amiguinhos e muita alegria. A verdade é que, com os cuidados certos e uma rotina regrada, esses animais podem ter uma vida mais do que feliz.
No caso dos cães cadeirantes, alguns cuidados devem ser tomados diariamente e durante muitas vezes ao dia, como o estímulo ao xixi e coco e a troca de fralda. Por isso, é necessário entender que esses pets não podem ficar sozinhos por um grande período e devem ser acompanhados por fisioterapeutas e veterinários.
Outro diferencial na rotina dos cãodeirantes é o estímulo ao exercício constante. Seja na fisioterapia ou em casa, os tutores devem sempre buscar fazer alongamentos e movimentos de “vai e vem” com as patinhas traseiras. Essa prática pode diminuir a atrofia e melhorar o aspecto do animal.
Para entender mais a fundo, conversamos com a Sofia e a Suiane, voluntárias do projeto, que contaram um pouco mais da rotina do Marrom e da Dafne.
Suiane Torres, mãe da Dafne
“Minha rotina com a Dafne começa logo cedo. Tento sempre dar a primeira alimentação deles por volta das 8h30 da manhã e cerca de 20 minutos depois já faço a troca de fraldas, esvaziamento da bexiga e do intestino.
Logo em seguida é hora de irmos passear. Por mais que ela não faça as necessidades na rua, esse passeio é muito importante para que ela gaste suas energias. Nesta hora, gosto de fazer uma caminhada mais longo, por volta de uns 30 minutos.
Na hora do almoço, costumo dar a segunda refeição dela e uma hora depois, a segunda troca de fralda da Dafne, onde também faço o esvaziamento da bexiga e do intestino.
Mais para o fim da tarde é o nosso momento de exercício. Pego um tempinho para ficar com ela e fazer os movimentos da fisioterapia.
Nosso dia termina com a última refeição por volta das 20h30 e a última troca de fralda as 22h, com o esvaziamento da bexiga e do intestino.
A rotina com a Dafne exige muita atenção, carinho e amor. Ela sempre precisa de companhia para que todas os remédios nos horários certos e manter todo o cuidado. Ao menos uma vez por semana reservo um tempo para a fisioterapia dela que envolve a aplicação de acupuntura, alongamento e esteireira.”
Sophia Porto, mãe do Marrom
Agora com a pandemia passamos quase todo o tempo juntos. Nossa rotina inclui os cuidados diários de todo cachorro, com o diferencial do esvaziamento da bexiga do marrom ao menos quatro vezes ao dia e o intestino uma vez ao dia. Já que ele não faz as necessidades sozinho.
Para quem tem dúvida de como esse procedimento funciona, é só assistir ao nosso vídeo aqui mesmo nos informativos. Nele mostro a técnica que uso no Marrom. É importante lembrar que o Marrom também usa fraldas que costumo trocar algumas vezes ao dia, quando necessário.
Além disso, costumamos passear uma vez ao dia para que ele gaste energia e saímos toda a semana para a ozonioterapia.
Os pets especiais exigem uma atenção maior e um acompanhamento mais de perto, porém, são capazes de entregar um amor incondicional e um carinho gigantesco em troca de todos os cuidados.
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