Apesar de fazermos todo o possível para mantermos nossos pets seguros, acidentes e quedas de cachorro podem acontecer o tempo todo. Janelas, lajes e outras plataformas altas podem ser cenários de acidentes, o que nos faz pensar como é possível se preparar e proceder em casos como esses.
A verdade é que muitos cães são animados e estão sempre aptos para brincar e, apesar de parecerem ágeis, podem se machucar como qualquer pessoa. A queda de cachorro é, portanto, uma realidade e é preciso que entendamos alguns passos importantes que podem fazer toda a diferença nesse tipo de emergência:
Passos essenciais para acudir um pet após uma queda
1 – Mantenha a calma: testemunhar um cão sofrendo um acidente pode ser bastante assustador, mas é essencial manter a calma para poder avaliar a melhor condição do pet e ajudá-lo a manter a tranquilidade. Se o cão vê-lo em pânico, ele também entrará, aumentando os níveis de dor e estresse. Além disso, manter-se calmo também pode evitar ferimentos futuros e situações de estresse desnecessárias;
2 – Avalie os ferimentos: após a queda do cachorro, procure por qualquer sinal de ferimento. Caso tenha visto o acidente, proteja a região do corpo que sofreu o impacto, evitando lesões mais extensas.
O choro costuma ser o sinal mais claro de que o animal está com dor. Procure sempre por qualquer ferimento superficial como cortes, arranhões e ossos lesionados. Verifique as pernas, membros quebrados costumam parecer “desfigurados”, ficando dobrado ou em um ângulo estranho. Alguns ossos quebrados podem não ser visíveis.
Cães acidentados costumam respirar mais rapidamente do que o normal. Observe se há realmente um aumento contínuo na velocidade da respiração. É importante ressaltar que nem todos os ferimentos são externos ou visíveis, e apenas o veterinário é capaz de verificar se houveram ferimentos internos;
3 – Preste os primeiros socorros: caso o pet esteja inquieto e consciente, com dor, avalie improvisar uma mordaça de compressão com um cadarço de tênis ao redor do focinho a fim de evitar mordidas, pois é comum que aumente a irritabilidade de um cão ferido. Tome o devido cuidado para não comprometer ainda mais o quadro respiratório do cão.
É essencial que tenha algum tipo de suporte (prancha, madeira ou algo parecido) que facilite o transporte sem comprometer ainda mais o quadro. Em alguns casos pode-se avaliar amarrar uma corda ou cinto que passe sobre as regiões do ombro e coxa, deixando a região torácica e abdominal livres.
Caso haja sangramento intenso, comprima o local com um pano ou gaze limpos até que o socorro seja feito. Esse procedimento visa evitar a perda excessiva de sangue. Cortes e ferimentos superficiais podem ser limpos com água oxigenada.
É fundamental evitar a movimentação da coluna do cachorro acidentado, pois a má movimentação pode aumentar o risco de estender lesões ou perfurações. Vale ressaltar que caso haja algum tipo de material perfurando o animal, este não deve ser removido e o pet deve ser transportado imediatamente a um hospital veterinário mais próximo;
4 – Transporte o animal ao hospital veterinário: é fundamental levar o cão acidentado, com os devidos cuidados, ao hospital veterinário mais próximo. Quedas de cães podem resultar em fraturas múltiplas, lesões em órgãos internos e outras complicações que precisam de intervenção médica imediata.
Quais as consequências mais comuns de quedas de cachorro?
Não é incomum acidentes domésticos por queda de cachorro. As condições são inúmeras como mencionamos, seja em escadas, construções não concluídas, sacadas e até na janela do carro. O mais importante no prognóstico será a altura do acidente e a região acometida pelo impacto. As consequências de um acidente como esse podem ser muitas. Os traumas mais comuns passam por:
1 – Trauma crânio encefálico: quando a região do impacto é a cabeça, esta pode levar a sangramentos ou edema intracraniano, fraturas dentárias e em ossos do rosto e crânio;
2 – Trauma torácico: caso a região do impacto envolva toda parte torácica, o resultado pode gerar fraturas de coluna e costelas, acúmulo de sangue, ar ou líquido no espaço pleural dos pulmões (hemotórax, pneumotórax, piotórax), hérnia diafragmática, contusão pulmonar, tromboembolismo pulmonar e outros;
3 – Trauma abdominal: pode resultar em ruptura de órgãos como bexiga, intestino, baço, fígado e vesícula biliar. Além, claro, da possibilidade de esmagamento de vísceras e hemorragias provocadas por lesões em importantes veias ou artérias;
4 – Trauma pélvico: pode resultar em fraturas de ossos da perna e coxa, tromboembolismo gorduroso, entre outros;
5 – Trauma espinhal: a queda de cachorro pode resultar em luxação ou fratura de coluna e, em sua consequência mais grave, deixar o animal paraplégico ou tetraplégico.
Como é feito o acompanhamento médico profissional?
Ao levar o animal ao hospital veterinário após um acidente, será avaliada sua condição clínica para estipular os tipos de exames de imagem necessários para localizar a lesão e as consequências da queda. Em um primeiro momento, exames como ultrassom abdominal e radiografia são os exames que mais auxiliam no diagnóstico rápido e preciso para a estipulação do tratamento ou cirurgia necessárias para correção do problema.
Em alguns casos, exames como ressonância magnética e tomografia computadorizada, além de exames de sangue como hemograma, são necessários para avaliar as funções renais e hepáticas, entre outros.
Cada caso será analisado e estipulado o tratamento mais adequado. Alguns casos podem ser encaminhados para procedimento cirúrgico (como em casos de ruptura de órgãos, perfurações torácicas e outros) ou procedimentos emergenciais (como na drenagem torácica e abdominal), retirando o excesso de líquidos e secreções da região torácica ou abdominal, trazendo mais conforto a respiração do pet.
Tratamentos mais efetivos para recuperação do cão acidentado
Cães que passaram por grandes traumas encontram na fisioterapia veterinária e nas técnicas de reabilitação métodos saudáveis de recuperação. Seja no pós-operatório ou de reabilitação, as técnicas de fisioterapia possuem os instrumentos necessários para buscar o recondicionamento físico do animal, trabalhando o fortalecimento de músculos e articulações, diminuindo dores, melhorando mobilidade e resgatando sua qualidade de vida.
As técnicas mais eficientes passam por:
Laserterapia: importante terapia para redução da dor e melhora da microcirculação, reparação óssea, aumento da proliferação celular e mais;
Magnetoterapia: utilização de correntes elétricas que geram campos magnéticos que atuam diretamente sobre o tecido ósseo, muscular e sistema circulatório, com efeitos orgânicos no sistema circulatório, vascular e bioquímicos com benefícios anti-inflamatórios e analgégicos;
Eletroterapia: utiliza-se de correntes elétricas destinadas para o tratamento de dores e estímulo ao fortalecimento muscular após perda excessiva de massa muscular;
Cinesioterapia: utiliza bolas, pistas de obstáculos e pranchas de equilíbrio com o intuito de reabilitar toda condição de mobilidade do cão através de diferentes exercícios terapêuticos e alongamentos;
Hidroterapia: é caracterizado pelo uso de esteiras aquáticas em pressão hidrostática e empuxo, que auxiliam na realização de exercícios através de flutuabilidade que diminui a sobrecarga sobre os músculos, trazendo mais confiança, relaxamento muscular, aumento de circulação, mobilidade e fortalecimento muscular natural.
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