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Andar Medular em Cães – Combatendo a Paralisia Canina

Por rede Fisio Care



O diagnóstico costuma sempre ser um marco. Afinal, não sabemos como será dali pra frente. Perguntamos: como um pet pode viver paraplégico, ou pior, tetraplégico? Eles podem voltar a andar? Vão sentir dor pelo resto da vida? Essas perguntas nos consomem e a eutanásia muitas vezes é cogitada. Porém, é importante compreendermos que existem tratamentos para a recuperação de movimentos, como o andar medular em cães.


Muitas vezes constatamos que nosso pet possui algum problema ortopédico causado por um acidente, velhice ou até resultado do excesso de peso, ou então neurológico, seja ela uma doença genética ou adquirida. Por afetar na maioria dos casos, os movimentos naturais dos pets, assustamos! Porém, vamos descobrir juntos nesse artigo que a evolução das técnicas de reabilitação animal ajudam, em muitos casos, na recuperação dos movimentos ou no desenvolvimento do andar medular em animais.


A evolução dos métodos e entendimento da importância da fisioterapia veterinária na vida dos pets


Historicamente, animais com perda de sensibilidade e dor profunda carregavam um baixo prognóstico de recuperação, que ocorriam em menos de 10% dos casos. Porém, é notável que os primeiros estudos das patologias tinham um tempo de observação curto, as técnicas de diagnóstico e cirúrgicas ainda necessitavam de avanços, a terapia de reabilitação ainda não era difundida e muitos princípios da neurociência ainda não tinham suas teses difundidas e conhecidas na área profissional.


Atualmente, após uma clara evolução e difusão dos métodos de recuperação, se tornou notório que, pelo menos, uma parcela em torno de 60% dos cães poderá ter sua marcha funcional recuperada, mesmo nos pacientes que não apresentam dor profunda.


Cabe definirmos que a marcha funcional traz uma maior coordenação com os membros anteriores com maior qualidade de mobilidade. Enquanto a marcha medular tem relação com a capacidade ou não de sentir os membros, sendo uma simples movimentação aleatória, reflexa dos membros posteriores, que normalmente resulta em uma marcha extremamente caótica, que pode ser produtiva ou não, dependendo do caso concreto e do nível da patologia analisada.


Nesse contexto, há muito se observa que, se há o fornecimento de um tratamento adequado ao paciente, e um correto processo de reabilitação por um tempo mais prolongado, muitos se recuperam, melhorando cada ano mais as estatísticas referentes a recuperação da mobilidade por pets com patologias e lesões graves.


Diversos estudos já provaram que os exercícios de reabilitação repetidos que estimulam as vias sensório-motoras, permitem que os circuitos neurais espinhais memorizem os exercícios praticados.


Claro, a memorização depende do tipo de repetições e da qualidade do tratamento. Para retreinar a locomoção são necessários treinos com duração de 20 a 60 minutos diários, sempre estimulando a resposta neuromuscular e a experiência sensório-motora.

O tratamento tem como objetivo a recuperação do controle postural, equilíbrio, estação, função de independência, marcha e qualidade de vida, principalmente após lesões neurológicas.


O princípio é a ativação da função neuromuscular para a recuperação da função motora, de modo a retreinar o sistema nervoso e recuperar uma função específica. A ativação da função neuromuscular ocorre durante a repetição e progressão do tratamento, com o objetivo de obter a plasticidade neural.


Atualmente, sabe-se que existe uma correlação direta entre a presença dos reflexos periféricos e a capacidade de locomoção após uma lesão medular, por exemplo. Assim sendo, quanto mais precocemente surgirem estes reflexos periféricos, como por exemplo o reflexo de retirada, melhor será a capacidade locomotora do pet.


O desafio para alcançar o andar medular em cães


O principal desafio dos profissionais que lidam com pets que perderam movimentos é o de trazer confiança para as sessões de reabilitação. A ideia é trazer segurança e um bom ambiente, para que o pet mova as partes do corpo afetadas quando estimulado, mesmo que tenha quadros graves de paralisia e perda de sensibilidade profunda.

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